E o que é a vida,
Senão sonhar até que a luz apague?
Porque com os fios dos meus cabelos
brancos,
Costuro a realidade...
E faço deles, linha de prata para
bordar o tempo
... E, no espelho, olho-me sem espanto,
Vou cosendo a vida, as alegrias,
Pincelando de prata os fios dos
desencantos.
...E o que é o tempo,
Senão o calendário que não trai?
Os dias passam em brancas sombras,
Em morno leito de tantas saudades.
E o que é viver,
Se não houver no peito a infinita
incerteza do que há?
O homem não borda, nem tece, nem pinta
o que serve para amar.
E o que há é a certeza do que não há.
Ai... O que é o homem,
Este ser tão vago, esta permanente interrogação,
Este anjo ou monstro,
Dragão soltando pelas narinas, ácido e
fumaça?!
(Ednar Andrade).
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