O
inferno tem escadarias,
Corredores turvos
E sombras que assombram...
Medo!
Corredores turvos
E sombras que assombram...
Medo!
O
medo tem som e silêncios.
Gemidos e enxofre...
Perfume agridoce.
Tormento.
Gemidos e enxofre...
Perfume agridoce.
Tormento.
Lá,
as horas não passam,
Não há tempo, não há tempo...
E o tic-tac é lamento, lamento...
Riso e pranto, dor, descrença
Não há tempo, não há tempo...
E o tic-tac é lamento, lamento...
Riso e pranto, dor, descrença
As
frestas são mundos
Imensos, imundos,
São noites, dias,
Nem vida, nem morte: inferno.
Imensos, imundos,
São noites, dias,
Nem vida, nem morte: inferno.
Anjos
que guiam o nada, sem sorte.
Demônios apontam, estraçalham
E comem as alegrias, estupram os sonhos...
No céu deste inferno: anestesia é sorte.
Demônios apontam, estraçalham
E comem as alegrias, estupram os sonhos...
No céu deste inferno: anestesia é sorte.
(Ednar
Andrade).
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