Já, já, a vida anoitece
É hora de tecer
O fio dos sonhos,
Assim como a teia.
É hora de perdoar o tempo,
De enganar a dor com prece,
De fazer verso,
Como quem cultiva flor,
De pisar pedras,
Como quem pisa nas nuvens,
De dizer mentiras
Às verdades escondidas.
Já, daqui há pouco
O manto cinza desce
O que era cedo é tarde
O que era tarde é nunca
O que é nunca será sempre,
Porque a canção de tocar silêncio
É aguda como faca,
É fria como punhal,
Mas a tarde cai
E a aranha tece, tece, tece,
Tece.
Mas, não cresce.
(Ednar Andrade).
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