(Tela de Steve Hanks).
"Quem
nos dera, hein??
“Sentar
à sombra de alguma árvore, molhando os pés vez por outra para se refrescar do
calor, comer uma fruta caída, morder uma goiaba verdinha, ouvindo o canto dos
pássaros e, assoviando, tocar descuidada, os cabelos e tecer uma trança.”
Na
mão um livro, no peito um amor, daqueles que faz vibrar a carne, daqueles que
faz um dia de chuva ser poesia e/ou de repente sair pela avenida tomando
banho nas calçadas sem se importar com os olhares (olhares disfarçados) e
sorrisos necessários, necessários como o aplauso na hora final (Rs). Tanto faz.
Suponho, pois na hora final nada mais faz sentido a quem, deitado em berço de
terra apenas nada é.
As
pessoas vivem o hoje e descansam à sombra das saudades que com elas moram,
deitam, dormem e fazem imagináveis sonhos assumirem imagens com quase vida. São
tantas as saudades que o homem carrega. O calendário é tão curto. Algumas
flores nascem e morrem no dia em que desabrocham.
Hoje
acordei, mascando pensamentos que o festejo da neblina me trouxe. E eu sei que
quem poeta, diz coisas loucas e forasteiras. Fala de sorrisos quando chora, chora
quando devia rolar de rir. Eu sei que, como uma ave solitária, a poesia se
esconde no olhar calado do homem incrédulo de si, posto que a cada um, tantas
blasfemadas dores, roubam-lhes o tempo do sonho, o tempo de permanecer verde e
guardar na boca da memória o sabor doce que há nos frutos largados pelos
caminhos. Mas o homem precisa de sonhos, de saudades, de fantasias, de amores.
E até, dizem, de sofrimento para assim, como o ouro, reluzir perfeito (?) Rs.
Dizem.
*PERFEIÇÃO:
palavra tola e torpe. De mim roubaria o direito a tantas loucas façanhas,
tantas santas mentiras, que eu suponho ser preciso até um pouco de mentira. mas
só aquelas que fazem crer no que não existe, quando é preciso continuar a
batida na porta da coragem.
Daí
louca e ousada, que insisto ser, paro, abro mais e cada vez mais a janela e
ponho-me a mirar as ruas. As pessoas trafegam agitadas, parece-me que cada uma
leva um fardo e que saibam todos não é para reclamar (?). Cada um tem na cabeça
um mundo bisonho, um feliz e intransitável mundo delas, só delas. Graças a
Deus! E ainda bem que nesta coisa de sermos todos cada um, cada um lê o seu
livro à sombra do que lhe é sombra.
E
eu quero ver o mar num balanço que, num vai e vem, me faz navegar na maravilha
que há no infinito azul à sombra do meu pensamento, trançando numa dança avessa
ao tempo um desigual contentamento.
(Ednar
Andrade). (10.09.2013).
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