domingo, 1 de novembro de 2009

*Domigo Calmo*

"Lês, Como se eu sussurrasse em teus ouvidos a poesia de minha alma. O teu momento comigo é agora. Podes sentir-me o hálito poético, advinhar-me, saber-me. Porém eu digo, muito mais poesia está oculta, absorvida no silêncio que adormece entre o momento em que escrevo e o instante em que me lês". (Perotto).






Nasceu o dia cheio de calor
E o relógio, no mesmo labor,
Marcando o tempo, como trabalhou.

Nem tudo é triste,
Nem tudo é alegria,
Brincam meus filhos,
Vestem fantasias,
São, no seu mundo:
Marinheiro Popeye, Batman, Hulk,
Que maravilha, e são felizes,
Enquanto passa o dia
E eu trabalho, canto,
Vou tingindo assim
O negro do meu dia.

Domingo calmo,
Como outro dia,
Sem novidade alguma pra contar.
Neste dia recorro ao lápis
Para tentar fazer uma poesia.
Não sou poeta, mas ouso fantasiar,
Porque da poesia preciso para sonhar,
Falar da dor, do amor,
Da vida, do sorriso,
Enfim, do que é belo e raro hoje em dia.

Quase seis horas são,
Vem chegando a noite,
E eu me despeço deste, mais um dia.
Que tudo seja calmo nesta noite.  (23.08.1981).


(Ednar Andrade)*****