sábado, 5 de maio de 2012

Pálida



Branca e pálida,
Olha-me;
Olho eu para ela,
Tão linda,
Tão nua
E tão só.
Invade a noite,
Afronta
Os segredos
Dos quintais,
Embrenha-se
Nas frestas
Das mais desertas
Matas.
Invade
Paixões,
Faz brotar no peito
Saudades.
Prateia e pinta
De poesia,
Dos desolados,
O coração.
Nem cupido,
Nem vilã,
Nem minha,
Nem tua,
Do céu,
Da noite;
A Lua.

(Ednar Andrade).

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pontos coloridos




O que me mata de sede, 
É aquela gota de luz que emana do teu olhar
É aquele riso maroto que mais parece o mar...
É aquele não sei que, que me despedaçam os rochedos...

Não é o teu silêncio que me faz gritar;
O teu grito mudo é que me faz parar
Para  ouvir os sonhos 
Para mirar no céu infinito as cores azuis das escuras noites...

Me encanto deste poema que há em ti, leve flutuo...
Perco-me no descuido de te desamar,
De te esquecer, esqueço mais...
É  daquela estrela que pintastes com letrinhas

Que fiz um rosário 
E pus no coração como batidas...
São destas contas feitas os meus pobres dias turvos
E de sorrisos lúdicos, os meus loucos sorrisos por ti: Sol-risos...

E quando o calendário do tempo ficar tão velho 
Que ao tocar desmanche-se 
Ainda assim faremos dele, confete que, levado pelo vento,
Encherá de pontos coloridos, o mundo.

(Ednar Andrade).