sábado, 9 de junho de 2012

Viver



E o que é a vida,
Senão sonhar até que a luz apague?
Porque com os fios dos meus cabelos brancos,
Costuro a realidade...

E faço deles, linha de prata para bordar o tempo
... E, no espelho, olho-me sem espanto,
Vou cosendo a vida, as alegrias,
Pincelando de prata os fios dos desencantos.

 ...E o que é o tempo,
Senão o calendário que não trai?
Os dias passam em brancas sombras,
Em morno leito de tantas saudades.

E o que é viver,
Se não houver no peito a infinita incerteza do que há?
O homem não borda, nem tece, nem pinta o que serve para amar.
E o que há é a certeza do que não há.

Ai... O que é o homem,
Este ser tão vago, esta permanente interrogação,
Este anjo ou monstro,
Dragão soltando pelas narinas, ácido e fumaça?!

(Ednar Andrade).

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Os H-ais...




Há braços que abraçam
E mãos que acenam em gestos sutis...
Bocas que sorriem e mentem,
Olhos que parecem dizer poemas.

Silêncios barulhentos.......

Tempestade no deserto,abrigo sem teto.
Amplidão dos desgraçados...
Assombro de trovão.
Adeus e vago.Eu vago e divago...

Há rimas na dor, no olho segredo.
Na casa janelas, na porta solidão...
Na cama a seda, sedenta e fria a alma
No caos as perguntas ,respostas vãs...

Há vida ,há vida...
Onde só há morte.
Segredo de túmulo ,sorte...
Sem rumo ,no Norte Sul-vamos;

...E ainda que não pareça
Há!! como tudo que pulsa dentro desta morte...Sangue .
Há uma fonte que jorra maldade,insanidades.
Há- quem fica,quem parte .

Estradas sem rumo
Palhaços e circos
Crianças e velhos
Vida e morte,flor e espinhos,

Duvidas e medo,amor e amores
Saudades,alegrias ,sorrisos e dores,
O que grito o que calo...Ha!!!!!!
Quantos são os H-ais da vida???

(Ednar Andrade).