("O Caipira", de Almeida Júnior).
Sentado, naquela pedra,
O caboclo chora e sonha;
Sentado, naquela pedra,
O caboclo chora e ri;
Depois, como quem come,
Faz um cigarro e pita
E brinca de que acredita
No que a vida faz sentir.
Sentado, naquela pedra,
O caboclo, para ninguém, mágoas, conta
E o vento, apenas o vento,
Passa e lhe sorri.
Depois o cigarro apaga,
O caboclo engole a mágoa...
Cospe, olha em volta,
E deitado, naquela pedra,...
Olha pro céu... Assovia...
Faz dela, cama macia;
Cobre-se de desencanto, encolhido no seu canto,
Olha o sol...; já é dia.
(Ednar Andrade).