Calendário sem páginas,
Relógio em descompasso,
QUINTAIS DO TEMPO,
Caminhos de rosário, conto tuas contas
Em cada uma há uma história... Bordada no linho
Como digital- água não -lava
Folha por folha, viajante ébrio
Areia nos dedos,
Riacho e ponte...
Hoje a água está quente.
Paisagem na parede, parecendo um olhar,
pintada pelo barro, casebres vazios.
Mirando o nada
MAR, DESAFIO...
Tecendo teias, aranhas trabalham
Misteriosamente-mente
Mente quem diz que não sente
Quem não parece vê
E CRÉDULO DO INCRÉDULO
O pêndulo.
"As horas psseiam "
NO VELHO ARMÁRIO
Que guarda como um diário o que não vê,
Mas sente... Horas de vagos silêncios
Tilintar dos sinos,
Esquizofrênico,
Caduco
Sem calendário,
Ampulheta louca.
Deserto, invento...
Pinto a areia no tempo.
(Ednar Andrade).