sábado, 11 de setembro de 2010

Em algum lugar do passado...






A protagonista: “Ei, ei, você se lembra da minha voz? Continua a mesma, mas o meus cabelos... Quanta diferença...” Rs... Já estão ficando brancos... Rs...  

Na vida, como na arte, algumas emoções, alguns sentimentos continuarão eternizados, mesmo que seja no calendário. Amizade é o amor que não morre. Grandes amigos ficam, não importa o tempo. 


Homenagem a uma grande amizade.

(Ednar Andrade).

Miolo de pão, morangos frescos...



Miolos de pão e morangos frescos...
O seu café da manhã.
Me chama batendo palmas,
Chego à porta do quarto
E reconheço o barulho sutil
Das pequenas mãos.
           
Acorda feliz numa manhã de sábado;
Bendita seja a inocência...
Sagrado e santo este olhar e sorriso de anjo
Que ameniza o fel desta manhã sem Sol.

E então com graça diz,
Quase com inspiração de poeta:
“Hoje acordei com vontade de comer miolinho de pão.
Mas tem que ser macio e novo”.
E estica-se com graça sob os lençóis...

Cabelos com fios caramelo, quase dourados...
É o meu Sol desta manhã.
Então, lhe puxo com felicidade
De encontro ao meu abraço
E concordo dizendo baixinho:
- Sim, vou pegar miolos de pão...

Atravesso a sala, colho,
Como quem colhe um fruto, miolos de pão.
Então para aproveitar o seu apetite raro
Trago-lhe, também, uma taça de chocolate
E morangos frescos...
Cândido anjo; Ana da guarda; minha Ana Júlia;
Meu doce anjo, que brinca de princesa comigo,
Nas minhas horas mais tristes é o meu melhor abrigo.

(Ednar Andrade).