quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Movimentos e versos



Olho-te,
E assim permaneço
Por longo tempo a pensar...
Tua beleza é ímpar,
Teus verdes braços
Para mim, acenam...
Induzindo o vento
A me beijar a face...
Num doce balanço
Em que tuas palmas
Parecem crinas...
Em teu tronco
Agitas o vento,
Numa dança toda tua,
A natureza te fez
Para por vida
Na vida,
Teus movimentos são versos,
Poemas, acalanto...
Num indispensável balé
Teço estes versos
Que careço,
Para me sentir livre.
E mandas que o vento
Passe por mim
E deixe uma carícia...
E fazes gestos
(Parecem feitos para mim)
Que leio com saudade.
Velhos companheiros,
A tudo assistes
E persistes:
Ao frio,
Á seca, ao deserto,
Ao apelo de tudo.
E neste teu movimento,
Me amparo.
Tua sombra é o refrigério
Da minha alma...
Do teu som,
Saem notas verdes
Dentre a folhagem...
Coqueiros...
Seu balanço me anima,
Me aninha, me acalma.
De ti, vem um sussurro
Que me acaricia a alma,
Das tuas palmas;
O palco que pintas
E uma harmoniosa natureza,
Singela beleza que amo mirar.  

(Ednar Andrade).