terça-feira, 22 de março de 2011

Cigarra


Cai noite,
Canta cigarra,
Chora meu peito,
Deságua mágoa.

Chora teu canto,
Te desfazes em poema
Te desnudas em  noites claras....
Clara é a Lua

Escura é a mágoa
CANTA OU CHORA CIGARRA?
Se cantas, choro
Se choras , guardo... Aguardo...

Espero.
O  desencanto, a noite, o mistério
Meu doce e sempre
Como és ,canto ...

És sonho, és noite
De escuro céu,
Desabrigo
Em clara noite

CIGARRA;
Deserta mágoa,
Cantar noturno
cantas, eu choro...

(Ednar Andrade).

Retalhos


Hoje… Só a boca fala,
Só o acaso resume
Sobras de alguma alegria.
“Pedaços de partes perdidas”.

Hoje, talvez, as feridas,
Feito um cão, dando lambidas,
Procurando, talvez, sará-las,
“Diminuí-las”… Curá-las.

Retraços deixaram traços,
“Fizeram-se marcas vividas”
Em páginas de minha vida
Tenho um olhar bem marcado,

Manchas que a água não lava
Que nada consegue por luz.
“São sobras de tanta ausência”,
São noites pra sempre perdidas,

Lágrimas gravadas no pano,
Pedaços de tantos sonhos,
Olhar perdido no verde,
Retalhos da minha vida.

(Ednar Andrade).