sábado, 6 de abril de 2013

Sol-dade...



Café com leite
Uvas e pão
Contraditório e bom.

Sábado, sol-dades

(Ednar Andrade).

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cenário e arte



Paredes brancas,
Luz por toda parte.
Não fora a realidade,
Seria cenário e arte.

Olhar no chão
As pedras
Assim distribuídas
Como um tabuleiro

De jogo de damas,
Jogo da vida,
Jogo de dor.
Imaginário mundo

Incandescente
Como um palco,
Ergue a sorte,
A bandeira que dita

A morte, a morte das ilusões.
A morte, maldita sorte,
Surte um efeito indesejado
E pés descalços e cansados

Andam de um lado para outro,
Buscando um jeito perdido
De encontrar o certo, o errado.
Jogo de damas, jogo da vida.

De que é feita esta luz
Que irradia falsa fama
E oferece, em taça de cristal,
Vinagre, fel e sal?

(Ednar Andrade).

De santa a puta



A carne podre
Anda de salto,
Atravessa a avenida
Com coxas grossas, roliças,

Exalando estrógeno
Por onde vai.
Os seios pulam
Do seu decote

Como se pulassem a janela.
A boca treme,
Com um sorriso carmim:
Indecifrável...

Nas mãos, um tremor,
O olhar lascivo,
Um gesto crítico,
Na boca,
Um toque de sarcasmo.

E ela a moça
Que a todos arrasta
Com seu perfume
Inebriante

E ela, aquela,
Que na capela
Quando ajoelha,
Pela carne reza (...)

Reza sorrindo,
Já que chorar
Não sabe,
Já que sofrer
Não cabe.

Ela é a puta,
A prostituta,
A santa pobre
Dos seus altares.

(Ednar Andrade).