quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Palavra-muda


Saltando de galho em galho no cajueiro,
Leve como um pensamento...
Anum é seu nome.
"Estranha ave"...
Distraída canta...
Pela folhagem,
Bailando... Bailando... Vai...
Tudo me invade, 
Silêncio, música (sem saudade).
Nesta paisagem de verde tarde,
Descortinando  o tempo.
No olhar tenho um riso;
Na boca "palavra - muda”.
Me desnuda, me interroga,
Me  abriga,
Me  abraça,
Me enlaça... Respiro a vida.
Estranha  ave... Que, como  eu,
Canta seu canto...
...Eu? Planto flores,
Eu verso...
E  dela me encanto...
Me encanto...

(Ednar Andrade).