terça-feira, 30 de agosto de 2011

Porque: ...


... Porque contigo sinto-me calma,
Do que a pluma bem mais leve.
Suave, mais que a leve brisa;
Mais fresca que a do mar.
... Porque contigo, viro criança.

Amada, docemente amada.
Eterna, nunca cansada.
... Mas, não é só isso:
Contigo deixo de ser mulher.
Não ligo se me viro em pedaços...


Morreria neste abraço,
Na nossa harmonia,
No esmago de um beijo sem “fim”,
... Só contigo sou verdadeira.
Duas horas contigo:


Valem uma vida inteira.
... Contigo, porque, contigo...
Foi que aprendi a amar
Sem sofrer,
Ganhar e perder,


Perder para ganhar...
Renunciar para viver.
Sorrir, que é melhor que chorar.
... Contigo eu nem sequer ligo, se sou,
Como dizes: doida...


... Porque, o que me deixa doida,
É me misturar ao teu corpo morno
E me perder nos teus perigos.
Beber prazer... Contigo...
Até ouvir um trem no ouvido.

(Ednar Andrade).
(04.05.1984).

Silenciar



O que dizer “quando”?
Sentir o que no “instante”?
Nada a fazer, por que...
Nada preenche, “lacunas”
De espaços tão bruscos.

Silenciar precise, talvez, a boca.
Pra sentir o tamanho da dor
“E gemer apenas, sem mais”!
Mesmo sem querer,
Ou por não poder até...

Até que se morra,
Até que tudo derrame.
O que dizer “quando”?
Sentir o que no “instante”?
Silenciar precise, talvez, a boca...

(Ednar Andrade).
(19.04.1983).