terça-feira, 12 de julho de 2011

Soneto Antigo


Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

(Cecília Meirelles).




Tu


Tu não me revelas quem és...
Sinto uma forte presença 
Nas tuas palavras;
Pareces com o meu amado quando recitas,

Quando me abordas...
Mas... Não creio que sejas ele...
Ou que, ele seja tu...
De toda forma,

Tens uma poesia linda...
Que desfolha...
Como uma flor que o vento sopra,
E sais, assim, dizendo versos...

Que encantam... Embalam e dão luz às vidas.
Numa feliz tarde soprada pela brisa
Que sai de todas as poesias,
Nascidas do amor,

Ou quem sabe da dor dos que amam,
Este dom divino de amar
Ou quem sabe sofrer
E viver de amar o amor*

(Ednar Andrade).