sábado, 14 de maio de 2011

... O que não me podes dar...

Tela, Sebastiano Ricci.

Segundo as lendas que envolvem sua origem, Diógenes, desprezava quase tudo o que achava ser mundano, perambulava pelas ruas de Atenas vestido em trapos e carregando uma pequena lamparina, dizendo que estava à procura de um homem de verdade, um que vivesse por si só, que não fosse apenas membro de um rebanho. Foi capturado por piratas e vendido como escravo. Foi comprado por um nobre que o fez tutor da instrução de seus dois filhos.

Conta-se que Alexandre, o Grande, após conquistar as cidades gregas e entrar em Atenas, soube da existência de um sábio ateniense, o mais sábio dentre os homens: Diógenes de Sínope.

Ao saber do local onde Diógenes morava (um barril), o imperador foi ter com o sábio e numa tentativa inútil propôs-lhe um “mundo”. Assim falou Alexandre:

“Sou Alexandre, aquele que conquistou todas as terras. Peça-me o que quiser que eu lhe darei. Palácios, terras, honrarias, escravos ou tesouros jamais vistos. O que você quer, ó Sábio?”.

Diógenes, o olhou e secamente respondeu:

“Senhor, eu quero que saias da minha frente, pois eu quero ver o pôr do sol… Não tires de mim o que não me podes dar”.

Percebendo que não ganhara esta batalha, perplexo e admirado ante a sabedoria daquele simples homem nu, de alma e interesses materiais, diz-lhe:

“Se eu não fosse Alexandre, o Grande, eu queria ser Diógenes”

Retira-se e não mais retorna a Atenas.

(Diógenes é considerado o maior dentre os filósofos Cínicos. Alexandre, o Grande, é considerado o maior conquistador da história e mesmo assim não conquistou Diógenes...).