domingo, 5 de dezembro de 2010

Beija-flor: autorretrato


Era assim tão pequenina,
Tão frágil,
Borboletinha saltitante,
De flor em flor,
De beijo, em beijo...
A todos abraçava,
E o sorriso, sempre foi
A sua expressão maior...
Pequenas mãos,
Pequenos gestos...
De tão pequena,
De beija-flor,
Assim lhe chamava,
Sua mãe...
Haviam aqueles
Que, de sabiá,
Lhe chamavam.
Pois, desde menina
Gostava de cantar.
Cantava, desde menina,
Criava versos...
Versos de menina...
Fáceis de soletrar.
Tão amada!
Com asas coloridas,
Pintadas pelos sonhos;
Assim era feliz!
Doce menina...
Hoje, lhe dizem
Que a sua sutileza,
Transformaram-na
Num poema.
“Poema anônimo”,
Com versos,
Com rima,
A vida lhe fez.
Deixar de ser menina,
Ser mulher, viver.

(Ednar Andrade).