quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SIMPLESMENTE PAGU

   Pagu, Patrícia Galvão em 1929.


Perseverante, audaciosa e determinada.
Um olhar impetuoso de uma águia
O sol lhe aquece! Fortalece-lhe! E hora?!
Olha para o horizonte onde não vê limites.
Uma ave com coração árduo de mulher
voa livre, absolutamente desnuda para vida.
Sua pele sente a velocidade do vento.
Chega à frente do seu tempo e grita forte.
como se pudesse colorir seu mundo cinza.
Traz em seus braços um buquê de sonhos;
entre gostos e desgostos deleitam-se suas vontades
Muitas vezes em uma gaiola, como um pássaro sobrevive
Entre lagrimas e sorrisos. Ouve-se longe seu grito! Liberdade!
Compara-se com a força de um homem, nada lhe amedronta.
É torturada. Sem medo mostra sua história nua e crua.
Seu lado poeta se revela para todos em delírios.
Em seus sonhos não existem obstáculos.
Arrebente as correntes dos grilhões da história!
Mostra a cara sem medo e chora!

(Texto enviado pelo meu amigo João Evangelista, por Eliza Gregio).

Se eu calar


Se eu calar, a natureza
Com certeza
Cantará uma canção
Com rima e verso

Se eu calar,
Mesmo assim,
A alvorada chega
E as flores brotarão

Se eu calar
O meu silêncio
Cantará uma canção
Que a natureza escuta e transforma em oração

Se eu calar, com certeza,
A natureza uiva e diz
Coisas que o meu silêncio grita
Ainda assim, se a minha voz

Permanecer muda
A minha alma, assim, como um maestro,
Fará com que o mundo escute
Um tema lindo, que só fala de amor.

(Ednar Andrade).