quinta-feira, 7 de julho de 2011

A vida

Nada me é tanto, que eu não seja mais...
(Ednar Andrade).

A boca pro beijo,
Para o afago; as mãos... 
Os olhos para falar, 
O desejo do outro desejo

Para o silêncio; o segredo
Para os dentes; o riso
Teu porto, meu abrigo
Sussurro é gemido...

Da noite; o deserto 
Remanso é sossego...
Do amor; o perigo
Do martelo; o prego.

A boca; as mãos,
Os olhos; o olhar
Desejo, silêncio e segredo...
Dentes sem riso,

Porto em desabrigo;
Desassossego; o deserto
...E o perigo? a vida,
O amor (...) O medo.

(Ednar Andrade).