domingo, 28 de fevereiro de 2010

Como te amo?


Imagem do casal Elizabeth Barrett Browning e
Robert Browning, autores de uma linda história
de amor.

Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.


(Elizabeth Barrett Browning).
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Sinopse

Londres, durante a era vitoriana. Corria o ano de 1845, quando em Wimpole Street, o carteiro da região tirava de sua sacola mais um volume relativamente grande de correspondências. Nada extraordinário neste fato, a não ser que naqeuele dia ele, o carteiro, teria uma pequena participação em uma das mais belas histórias de amor, pois uma carta, que ali se encontrava, mudaria a vida de duas pessoas sensíveis: os poetas Robert Browning e Elizabeth Barrett Browning.

Aguardem novas postagens amigos, sobre esta emocionante história de amor.

(Postagens de e-mail recebido de um amigo, com fotografias e textos pesquisados na web).

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Chá


Fotografia criada para este texto.

Chá... Não cura tristeza;
Não cura dor, nem desamor...
Chá... apagaria apenas o reflexo
Tão pequenino desta dor.
Chá? Não é remédio; remédio é amor.
Amor que não tenho, amor dos que amo.
É tanta incompreensão, tanta saudade...
No meu peito só saudade.
Tanta saudade de um tempo
Em que o amor era o pão;
Em que o amor era só emoção.
Agora nada que vem de mim presta.
Sou apenas da porta a fresta
Que vê o amor.
E assim não sou nada,
Apenas uma deserta estrada
Que é mais importante que o amor que doei.
Não sou Fernando Sabino, mas se ele disse
Que de tudo restaram três coisas,
Sem querer plagiá-lo,
Eu digo, de tudo restaram três coisas:
A dor, a ingratidão e... a dor.


(Ednar Andrade).

Nenhum Verão


Foto do meu arquivo. Imagem solar vista do Morro da Ilhota. 

Esse sol, porque tinha de tanto brilhar
Anunciar no meu peito o amanhã pra depois sumir
E deixar tão mais negro meu céu, minha noite
Porque foi minha boca beber, se embriagar da tua boca
Pra sobrar tão mais amargo o gosto de vazio, de solidão
Meu coração prefere acreditar nessas promessas
Mesmo essas que só fazem abrir minhas janelas
Pra nenhuma, pra nenhuma, pra nenhuma paisagem
Ah, porque me invadir como doce canção
Pra depois me ferir, me queimar com ardor de toda paixão
Eu assim te acolhi sem nenhuma defesa
Como nova estação quando chega, um belo dia, uma certeza
Um vinho dado à minha mesa
Uma palavra, um abraço de irmão
Meu coração prefere acreditar nessas promessas
Mesmo essas que só fazem deixar na minha pele


(Maria Bethânia).


Ai, Quem me Dera


Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai, quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai, quem me dera uma manhã feliz
Ai, quem me dera uma estação de amor

Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem casais

Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim


(Vinícius de Moraes).

Foto do meu arquivo pessoal.

Mais Que Perfeito


Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
Para um horizonte firme
(Comum, embora...)

Ah, quem me dera ir-me !

Ah, quem me dera amar-te
Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
Que não presumes...

Ah, quem me dera amar-te !

Ah, quem me dera ver-te
Sempre ao meu lado
Sem precisar dizer-te
Jamais : cuidado...

Ah, quem me dera ver-te !

Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te...


(Vinícius de Moraes).

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sodade



Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau

Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau

(Cesária Évora).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Aqui, ali, além


É um rio que apenas flui
Que sai do coração
Brota do sentimento,
Não me perguntes onde ou por que.


Assim nasceu, ou nasci
Sou, não me conheço.
Permaneço onde não estou
Aqui, ali, além.


Onde a dor me levar
Ou o sentimento.
Sou como o vento,
Agora aqui, ali, afora


A dor aflora
Ou o sentimento em mim
Me leva por caminhos que desconheço.
Isso não tem preço;
Está além do que conheço”


(Ednar Andrade).

Eternal Flame (Chama Eterna)


Foto encontrada em pesquisa feita no Google.

Eternal Flame (Tradução) - Chama Eterna


Feche seus olhos, me dê sua mão, querido.
Você sente meu coração batendo?
Você entende?
Você sente o mesmo?
Estou apenas sonhando?
Isto que esta queimando é uma chama eterna?

Eu acredito que está destinado a acontecer, querido.
Eu te observo quando você está dormindo,
Você pertence a mim.
Você sente o mesmo?
Estou apenas sonhando?
Ou isto que está queimando é uma chama eterna?

Diga meu nome, o sol brilha através da chuva...
Uma vida toda tão sozinha,
E então você chega e alivia a dor.
Eu não quero perder este sentimento.

Feche seus olhos, me dê sua mão, querido.
Você sente meu coração batendo?
Você entende?
Você sente o mesmo?
Estou apenas sonhando?
Isto que esta queimando é uma chama eterna?

Feche seus olhos, me dê sua mão, querido.
Você sente meu coração batendo?
Você entende?
Você sente o mesmo?
Estou apenas sonhando?
Isto que esta queimando é uma chama eterna?

Isto que está ardendo é uma chama eterna?

Feche seus olhos, me dê sua mão, querido.
Você sente meu coração batendo?
Você entende?
Você sente o mesmo?
Estou apenas sonhando?
Isto que esta queimando é uma chama eterna?


(The Bangles).

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Reflexão sobre o Tempo


Fotografia feita por Gabriel Patrik (Meu Neto) 

O tempo me traz,
De repente...
A verdade
Que há nas mentiras;
A face real do escondido;
O tempo pode ser um inimigo
Ou a Justiça sutil.
O tempo...
Anjo ou monstro;
Apenas existe
Sem que alguém conceda-lhe
O direito de existir ou não;
Monstro cruel ou espada justa?
Assim como se fosse Salomão
Com sua Justiça,
Separa para unir;
Une para separar.
O tempo...
Este que nos dá cabelos brancos
Mostra-nos maravilhas
No espanto;
Reduz o soberbo a pó;
Nivela, unifica, arrasta
Ou traz de volta.
O tempo...
Com asas transparentes
Caminha lado a lado
Com o seu alado:
O homem,
Tolo, distraído,
Não o vê chegar,
Fica esperando,
Como que para abrir um livro
Para a cara dele mostrar.
O tempo é fiel
E caminha contigo.
O tempo...
Ele fez de mim, avó;
Ele faz de mim, melhor;
Ele une ou desfaz o nó;
O tempo...
Só o tempo,
Pode te fazer homem;
Pode te tornar imortal;
Só o tempo...
Pode perpetuar o teu
Tempo.
É preciso ter tempo
Para poder buscar
No tempo
O bem do tempo.


(Ednar Andrade).

Canção para Júlia & Bruna (Minhas Netas)



Seus olhos iluminam minha Lua,
Seus abraços me fazem ficar,
Beijam meu beijo com tanto carinho:
Bitocas & Cheirinhos...
Como é bom, minhas meninas
Vos acalantar.
Do meu coração um pedaço maior,
Cheirinho de bebê no meu lençol
E cantigas que canto, quando estamos sós.
São chamas, saudades...
Meus dois anjinhos...
Sorrisos tão ternos...
Doces carinhos...
Mãozinhas pequenas
E gestos de santas.
Dois coraçõezinhos...
Sapecas, molecas,
Felizes, inocentes,
Amigas, companheiras, somos
Saltitantes, cantam...
Derramam sua graça
E enchem meu mundo...
Se choro, me calam,
Me fazem sonhar...
Me cobrem de amor
E eu me derramo
De ternura.
Anjos, candura...

(Ednar Andrade).

Resposta a um amigo


A natureza fala em silêncio... e só os sábios param para escutá-la (Ednar Andrade).
(Foto de propriedade do meu amigo Ismael).

Disse-me um amigo: - Se o silêncio é o suspiro da alma... Então, só os poetas sabem explicá-lo. Você... talvez?


Resposta ao amigo:

Olha amigo, cada silêncio tem uma linguagem toda especial...
Se for de dor ou de amor...
Ou ainda pode um silêncio falar coisas que o ouvido não escuta...
Mas ele também pode ser um grito que só o coração pode escutar;
O coração, de quem cala, entendes??
Pois, como te digo; o silêncio não é apenas vago, calado, sem som ou sem razão...
Nele pode está contido desde um poema até uma canção...
Precisamos é sabê-lo ouvir...
Qual é o teu silêncio??
Qual é a tua queixa?
Ou ainda a tua razão de silenciar??
Eu, por exemplo, sou feita de silêncios...
E dizem também que meu silêncio incomoda, quem me conhece sabe...
Mas, como já disse: "quanto mais calo mais falo*".
Concluindo amado amigo, para mim, ele, o silêncio, é a voz do coração*****.
Se for o silêncio da natureza, por exemplo, para mim é a voz de Deus*, do Criador...
Daquele que prefere fazer que falar.
Este silêncio da minha frase abaixo, refere-se ao olhar que tive diante de uma paisagem...
Ali olhei e vi como a natureza nos diz coisas lindas...
(A natureza fala em silêncio... e só os sábios param para escutá-la)
E é preciso buscar sabedoria para escutá-la e entendê-la e, assim, fazer dela a leitura*.
E se houver algum silêncio... Aproveites para ouvir o teu coração,
Que fala todas as verdades da tua alma, do teu ser e te entende em profundo silêncio
E te conhece como ninguém...
E te aceita e te ama e silencia para que tu ouças as suas batida
E fiques contigo no mesmo silêncio amigo e em silenciosa COMUNHÃO*****

(Ednar Andrade).

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Deusa?


Dizes que sou uma deusa,
Tira, pois, tuas mãos de mim,
Pois as deusas não são tocadas,
Silenciam, calam...
Elas têm olhar ausente,
Não dizem o que sentem.
Dizes que sou deusa.
Ama-me como deusa;
Me esquece como mulher.
Meu coração lapidado em pedra
A ninguém mais quer,
A ninguém mais ama,
Nem quer, nem reclama.
Deusas, meu amor, são assim,
Pálidas, impávidas, estáticas,
De ninguém.
Então, ensina-me a ser mulher.
Ensina-me que não sou deusa,
Desmente tudo que disseste,
E me enfeito para ti
Mas, para ser adorada,
Mas não para ser amada,
Ou ser tomada nos braços
Como mulher
Tira de mim esse olhar lânguido
E cheio de luxúria,
Pois este meu corpo de deusa
Esculpido em mármore
No fogo jaz.
Porque continuo deusa,
Dos teus caprichos,
Da tua vaidade,
Deusa do teu jardim,
Desabrocho em flores
E enfeito a vida,
Mas apenas deusa.
Deusas são assim...

(Ednar Andrade).

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Ciúme





Minha melhor lembrança
É esse instante no qual, pela primeira vez, me entrou pela retina
Tua silueta provocante e fina
Como um punhal.
Depois passaste a ser unicamente aquela
Que a gente se habitua a achar apenas bela
E que é quase banal
E agora que te tenho em minhas mãos,
E sei que os teus nervos se enfeixam todos em meus dedos
E os teus sentidos são cinco brinquedos com que brinquei,
Agora que não mais me és inédita, agora
Que compreendo que tal como te vira outrora,
Nunca mais te verei.
Agora que de ti, por muito que me dês,
Já não podes dar a impressão que me deste,
A primeira impressão que me fizeste.
_Louco Talvez.
Tenho ciúme  de  quem não te conhece  ainda
E, cedo ou tarde, te verá pálida e linda,
Pela primeira vez!

(Vinícius de Moraes).

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Amor

 
 Quadro "Amor", de Gibran Khalil Gibran.

E alguém disse:
Fala-nos do Amor:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.

(Gibran Khalil Gibran).