terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ilhota




É verdade, confesso;
Que, quando à noite,
Os olhos fecho,
Minha alma se muda ...


É verdade confesso, não me importo;
Toda magia, encanto
Tudo naquele canto
Cheio de encantos.


É verdade que, na minha rede,
Na minha varanda, olho o céu
E quando não estou lá
Sinto uma saudade intensa
Tão grande, é mesmo imensa.


Se estou aqui; minha alma, lá
Se olho o céu e vejo a Lua
Sinto-me como ela, tão nua...
Longe daquele lugar.


É verdade, não mentiria
Sou do mato, sou da Relva
Das lagoas, dos rios
Á noite me arrepio.


Sinto saudade da festa,
Do silêncio e do ar
Do cheiro, da mata verde
Esta ausência me maltrata


Quero ficar; voltar não!
É verdade que na Lagoa
Minha alma fica à-toa,
Encantada do Luar


Ai como é tudo verdade...
Como tudo é saudade...
Na minha mata tão verde...
Dos grilos, dos pirilampos...


O coaxar dos sapos,
Das Aves, o canto
Meu Deus! em mim há tanta saudade...
Não sei viver noutro lar.


(Ednar Andrade).

Saudades do Mar

Só uma coisa eu gostaria
Nesta noite que começa,
Pisar aquela areia
Sem pressa...
Caminhar na escuridão da Praia,
Sentir o perfume no vento 
Das algas daquele mar.
Andar assim distraída
Sem nada para pensar,
Sentar nos barcos solitários
Que moram lá mais que eu.
Só uma coisa
Me faria mais feliz agora
Deitar, me enrolar na areia,
Olhar para o céu,
Contar as estrelas,
Sentir o carinho do vento
E assim, sem pressa, 
Sem tempo, ficar no mar,
O mar e eu.
Esta que sente saudade
Das tardes, das mornas tardes...
Ver os barcos, os movimentos das velas
Verdes, azuis, amarelas,
Harmonizar o que sinto
Com tudo isso que é meu.
Barco, vela, mar.
E assim, passaria a noite
Sonharia nesta brisa
Com tudo que Deus me deu.


(Ednar Andrade)*****