terça-feira, 30 de novembro de 2010

Feito um Cão


Bate o meu coração
Assim como um louco,
Assim como um trovão
E eu ouço um gemido de agonia...
Meu sangue e carne esfriam,
Como mergulhados no gelo,
Como se perdesse o controle, 
Em tamanha emoção.
Bate meu coração
Dilacerado, aflito
Feito um cão;
Um cão que uiva na noite
E a escuridão.
Há um alarido neste som magoado
Que só escuta o meu coração.
É sangue, dor, saudade;
Saudade viva numa ave morta.  
E um âmago aflito.
Alma agônica,
Um paiol de saudade.
Existem em vão
A sempre-viva, amarela, morta,
Cristal, transparência, que não vejo
Em meio a constatação.
É uma presença errante;
Uma flecha que parte,
Para por outra no chão.


(Ednar Andrade). 

Um comentário:

  1. Gostaríamos que conhecesse o nosso blog. Achamos que vai gostar! Um abraço!
    http://absintomuitorock.blogspot.com/

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