segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Moinhos...

Vento, moinho dos meus pensamentos,
Em descontentamento, lamento…
Enfrento o tempo, contando as horas que passam lentas…
Há movimento, uivos no ar, desolação e desamar…
Como um velho vagão, vou sobre os trilhos, atenta aos sinais dos meus perigos.
Velha ferrovia , corroída, abandonada sem destino, sem rumo…
Vejo a vida da janela….
Alguns cegos de encontro à porta que em nada vai dar,
São passageiros do comum lugar…
Olhares perdidos na paisagem fugaz.
Eles estão inebriados de fantasia…
Vidas vazias, mãos em gestos … Acenam e nada entendem…
Seus sentidos estão em tolo desalinho, como um tecido esgarçado…
…E tecem seu tempo num vagabundo linho…(…) Vaidade, tolices… Desperdícios

Moinhos, moinhos… Moinhos…
De encontro ao declinio, vagueiam e ficam estagnados,
Buscando, no nada, um ninho.
De ventos, moinhos…
Assisto.
Meu olho solta um grito (sofro), calo… Sofro…
No vai-e-vem dos ponteiros, descontrolados, eles flutuam..
Sem se darem conta do descompasso,
Dançam…
Uma ritmada música que desafina no final…
…E segue o velho trem,
Trem da vida, sem apito sem hora,
sem hora e sem sinal e sem partida,
Um dia chegará ao seu ponto final .



(Ednar Andrade).

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