sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Noturno



Insônia...
E essa droga de dia
Que não raia!
Ao longe ouço um carro,
Quebrando o silêncio da cidade
Que dorme, cansada, fatigada...
E preguiçosa.
Somente meu cérebro,
Nesta madrugada,
É quem continua o trabalho
Estafante e incessante de pensar.
Penso em tudo...
Trabalho, relacionamento, futuro...
O preço do pão e a origem do universo.
As horas avançam
Sem minha avença.
O tempo não pára
Para ninguém.
A calmaria das horas
E o negrume da noite
Aliada aos silêncios das coisas
Não são suficientes para dobrar-me
O cérebro e fechar-me os olhos,
Os quais, olho no espelho,
E já os vejo vermelhos.
O tempo não pára,
As horas avançam,
Mas o dia não raia.
Segue, lenta e sem-vontade, a vida...
E como esta madrugada,
Continua, para uns, sem que o Sol brilhe.

(Danclads Lins de Andrade).




Nenhum comentário:

Postar um comentário