quarta-feira, 18 de maio de 2011

Camaleoa-olhar...

    Tela de Teresa Robalo.


Invento versos,
Como se fosse poeta , pintando as letras 
E dando asas, brinco de escrever,
Brinco de sentir saudades, de  não chorar...

De não querer,
De não amar,
De  esquecer...
Brinco de brincar:

"De não sofrer"...

Brincar com as flores ,
De infinitas cores e jeitos ,
Pálidas, violetas e rubras em versos de paixão
Invento alegria, ponho em teu lugar...

Ai... Também com as sombras e sons
Da lagoa em pranto e sussurros...

Invento no vento que vem me beijar,
Invento um canto triste e canto a lembrar,
Para não  esquecer esta "tristeza "de amar
Que mora em teu e no meu olhar,

Finjo crer nesta bobagem
Que queres que eu creia.
Faço cara de descaso para esta sen-hora...
Duvido  daquela dúvida ,...

Mas, seco o rio 
De tanto lavar o pranto.
Me banho... Não rio ...
Só, rio..., Rio... Quase mar...

Me escondo no verde ,
Sou camaleoa, rastejo sutil ,
Por entre as folhas Verdes
E sépias, caço..."disfarço",

Pinto de azul uma estrela,
* 

E a mirá-la permaneço olhando o céu...
Assim... Tão distraída, quanto a fria noite...

E tudo faço, tudo desfaço
E permaneço, e silencio...
Interrogo  o pássaro no seu calado ninho...
Ele como eu, não sabe por que ficou tão triste,

E perdeu-se no caminho.
Então, fazendo, do amor, o meu brinquedo,
Sigo-te amando ... E...
Desenhando versos...

(Ednar Andrade).

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