A noite chega como um deserto,
Trazendo sombras, muito mistério... E solidão
Com asas negras, aves noturnas,
Que voam livres n’amplidão.
Cantando, grilos fazem uma festa.
Nos ninhos, aves protegem os filhinhos.
É vasta a noite;
Negros os caminhos.
Tudo é silêncio em meu coração.
Me sinto calma? Ou a apatia já me confunde?
Muitos já dormem; outros, no vão da vida,
Buscam o vão.
Bêbedos, loucos, pela cidade, caminham tristes e (dez)almados.
Mendigos, pobres, sentindo frio,
Nas sombras das noites, estão mergulhados
Enquanto outros rufam tambores.
Alguns até perdem amores.
Tudo é mistério no cemitério.
Beijam-se loucos, os apaixonados
Fazendo juras, tão enganados...
Mas... Tudo é noite, não está claro?
(Ednar Andrade).
(09.08.1981).
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