domingo, 11 de setembro de 2011

Final de domingo


No céu,
A Lua invade
Meu quintal.
Acaba o dia.
Morna, fica a tarde.
Olho para o verde,
Para as flores,
Para o silêncio
Que agora se faz.
Algo que não chega
A ser tristeza,
Mas um cheiro
De melancolia
Na minha alma,
No meu corpo,
Tudo silencia.
Final de domingo.
É como o fim de uma festa.
Quando as mesas ficam vazias,
Quando todos se vão
E uma quietude desafinada
Bate de encontro ao meu peito.
Já disse: - não fico triste, fico pensativa,
Taciturna, distante, numa viagem só minha.
Os risos se vão. Um a um silenciando
Em cada despedida,
“Em cada acelerar de motor”.
Reflito. Olho em direção do céu:
É noite e um manto denso e prateado
Agora me banha e borda as minhas flores de luar
E meu jardim é como o meu coração: feito de flores
E sentimentos mudos.
São tantas as perguntas,
São tantos os não-entendo, os não-sei.
Parece que o mundo desaba em mim
E dos meus olhos rolam cachoeiras
De águas limpas e salgadas;
São mágoas ou não sei se apenas dor.
O silêncio brota numa canção verde,
Num murmúrio, num balanço, no som das águas.
Sou feita de amor; fui feita para amar.
A Lua, ela continua a me olhar, tão fria,
Tão branca, pálida como eu.
A noite avança, despeço-me
Dos doces sorrisos das minhas crianças.
São meus anjos, minhas estrelas
A me mostrar que no amargo,
Ainda há o sorriso doce em cada um. 
Um beijo sincero; um ir e querer ficar.
Meus anjos iluminados: Bruna, Júlia.
No amor, ainda creio (em vossos olhares).
Também sou criança que ama os beija-flores,
Que  olha as estrelas, adora o luar.
Silêncio. É tarde. A noite é calma,
É poesia de dor e sonhar.

(Ednar Andrade).

Um comentário:

  1. "a solidão dos jardins
    Nas noites escuras."

    Enfeitada pela Primavera dos olhos Ed-nascentes!!!!

    Adorável pestanejar!!!

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