Vai! Estampa nos muros,
Diz na cara lavada
Dos descrentes,
Cospe na verdade
E lambe o sal das mentiras,
Porque hoje que os tambores ruflam,
Meu coração veste-se
De escarlate fantasia.
É carnaval, o peito pulsa,
A carne grita,
Visto a máscara,
Rasgo a fantasia.
Vai! Pinta de tristeza
Ou de alegria a cara
Do palhaço que nunca mente.
Ele ri da dor que sente
E faz chorar quem quer sorrir.
Vai, desce a ladeira, desce do pedestal
Da tua ilusão, abraça a tua carne fria,
Antes que a noite seja um dia
Sem fantasia e sem carnaval.
(Ednar Andrade).
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