A carne podre
Anda de salto,
Atravessa a avenida
Com coxas grossas, roliças,
Exalando estrógeno
Por onde vai.
Os seios pulam
Do seu decote
Como se pulassem a janela.
A boca treme,
Com um sorriso carmim:
Indecifrável...
Nas mãos, um tremor,
O olhar lascivo,
Um gesto crítico,
Na boca,
Um toque de sarcasmo.
E ela a moça
Que a todos arrasta
Com seu perfume
Inebriante
E ela, aquela,
Que na capela
Quando ajoelha,
Pela carne reza (...)
Reza sorrindo,
Já que chorar
Não sabe,
Já que sofrer
Não cabe.
Ela é a puta,
A prostituta,
A santa pobre
Dos seus altares.
(Ednar Andrade).
magnífica poetisa gratidão
ResponderExcluir