domingo, 9 de setembro de 2012

Canto de sal



Dançam folhas,
Dizem versos
E eu esqueço
A dor do tempo.

Esqueço de lembrar
O desencanto
Neste balanço
E encanto.

Que a morna tarde
Me dá.
Murmuram as ondas
E o canto de sal,

Vindo do mar
E o meu coração atento
Descansa neste velejar.
A vida é verde

Nesta ilha azul,
Onde a dor se esvai
No meu canto azul.
Mata quem me mata

E desmata os sonhos
Que silencio.
São como afagos
Na minha pele

Ansiando pelo sol perdido.
Todos repousam
Em diversas cores
E sonhos,

Mas eu bebo,
Na taça,
Um brinde calado
Ao que permanece vivo.

E quero
E espero
Em tardes
E pores-do-sol.

- lentos sóis -,
Serenas noites
Antes, nunca,
Tarde.

(Ednar Andrade).

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