Mas tudo
passa. Desculpe-me as demoras, as paradas da estrada >>>>. Nem
tenho escrito, nem reparado nas flores; as pedras, vez por outra, atrapalham os
caminhos, machucam nossos pés, ainda mais eu, que costumo pisar descalça pela
vida. Me pego com o olhar preso no cinza das chuvas, sem notar que brotam no
campo de tantas várias cores; novas flores.
Eu sei, alguém
já me disse que o meu sem som, chega ser glacial, que meu sem luz, acende o
medo e a interrogação, talvez cause espanto, pois tudo que parece abismo me é
refúgio no meu habitado mundo de ausentes calendários e remotos vagares.
Para mim, é
tão e apenas um inevitável e quente travesseiro, onde deito o corpo cansado e
adormeço as ausências de cores.
(Ednar Andrade).
(Ednar Andrade).
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