quarta-feira, 27 de abril de 2016

Morte


Tenho uma relação de afeto
Com a morte.
Ela me visita
A todo instante.

Passeia no meu sangue,
Mede meu ar,
Meu ser,
Meu ter,
Meu eu.

Ela invade meu quarto,
A sala,
Os escombros,
Os jardins,
Mora dentro e fora
De mim.

Lambe quem abraço,
Quer beijar
Quem beijo.
Sussurra,
Faz versos,
Finjo que não vejo.

Ela é forte;
Eu fraca.
Luto, mas não creio
Que não haja vida
Que não seja morte.


(Ednar Andrade).

Nenhum comentário:

Postar um comentário