quarta-feira, 27 de abril de 2016

Tolices


Eu dizia coisas que não sei mais dizer.
Acreditava em sentimentos
Que hoje chamo de tolices.
Amava com um jeito absurdo e inocente.
Chorava quando era pra cantar.

Algumas coisas tristes,
Guarda-se na memória
De forma inevitável
E viva, como um vídeo-teipe.

Eu queria como quer uma criança,
O doce da vitrine ou a boneca mais linda,
A felicidade inexistente.
Chorava de emoção ao ouvir

Uma canção de amor
E pensava na vida como quem pensa
Num bosque…
Vivia a primavera como quem faz um poema

E beijava como um beija-flor,
Sugando da vida o néctar.
Um barquinho visto de longe,
Era como uma embarcação

Cheia de sonhos.
Aí, a vida chega, o tempo passa
E o que resta da festa
É o que a ninguém basta.

(03.08.2011).

(Ednar Andrade).


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