… A luta é árdua, as
lágrimas às vezes rolam descontroladas. 2015 foi para mim um ano difícil, sinto-me
cansada, mudada, olhando tudo com um olhar de interrogação, jamais serei a
mesma ..
Não posso negar que há uma estrada
sinuosa e cheia de sombras nesta minha jornada.
A palavra “Alzheimer” é um
monstro impiedoso que devasta e arrasta a quem amamos. Quem já viveu este
assombroso tormento sabe do que falo.
Desisti de tudo, esqueci-me,
exilei-me nesta dor, abracei o amor pela minha mãe a quem jamais deixarei e
irei com ela até o fim.
Aos amigos quero agradecer
a solidariedade que tem tido para conosco, o carinho e a atenção que muitos tem
demonstrado. Agradeço de coração as mensagens, as curtidas, os comentários
meigos, enfim.
Deixo aqui claro que isto
pode acontecer a qualquer um, em qualquer lar feliz. Que ninguém precise passar
por tanta dor, pois é realmente cruel e fria esta doença.
Cá estamos numa guerra
desigual entre a vontade de vencer e a realidade brutal desta doença.
…Mesmo assim, sinto-me
feliz e agradeço por está terminando mais um ano com a alegria dos poucos
sorrisos que dela consigo roubar, pelo gesto de abrir os olhos numa tentativa
difícil de me entender a voz, isto é tudo que ela consegue dizer-me. abrir os
olhos cegos e esboçar um sorriso que parece uma festa para mim.
Agradecida estou porque
ainda a tenho no meu abraço e em cada amanhecer, mesmo sendo este um calendário
incerto.
A vida me deixou tonta e
trouxe um crescimento inevitável. Também. Não sou de desistir. Sou frágil, mas
o amor me faz forte.
Feliz 2016 queridos amigos.
Saúde e paz…
(Ednar Andrade).
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